O projeto ProFuturo, da Fundação de Assistência Social Betuel (Fasb), vem oferecendo aulas de português para haitianos que moram e trabalham no município. Segundo dados do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), pelo menos 87 famílias de haitianos residem no município.
Essa iniciativa vem sendo realizada em parceria com o Gabinete de Políticas Sociais (GPS) do governo goiano e a Secretaria de Educação do Estado (Seduc). O projeto Alfabetização e Família foi criado em 2019 e agora conta com a primeira turma de estrangeiros.
Além de proporcionar aos haitianos a oportunidade de aprenderem a língua portuguesa, o ProFuturo também oferece aulas de alfabetização e outras atividades educativas para toda a comunidade.
O projeto tem sido um sucesso entre os participantes, que relatam sentir-se mais integrados e preparados para enfrentar os desafios da vida no Brasil. Além disso, a iniciativa tem contribuído para a diminuição da exclusão social e para o aumento da inclusão e do bem-estar desses imigrantes.
Pedagoga, Márcia conta que a turma nasceu em novembro de 2021 dentro do projeto ProFuturo, da Fundação de Assistência Social Betuel (Fasb), braço social da Igreja de Cristo Betuel. Um dos membros percebeu a dificuldade de um haitiano em se comunicar e sugeriu a criação de uma oficina de Língua Portuguesa. Ela abraçou o trabalho voluntário. “Sempre fui apaixonada por obras missionárias e por outras culturas. Essa troca tem sido uma experiência enriquecedora.”
Em julho deste ano, numa articulação por meio do Creas, teve início a parceria com o projeto Alfabetização e Família, da Seduc, garantindo à Márcia uma remuneração. “No início foi muito desafiador porque os alunos falam francês, o crioulo, dialeto haitiano, e um pouquinho de espanhol. Eu só falo o Português”, lembra a professora. Para prender a atenção da turma, que chega às aulas após um dia de trabalho exaustivo, Márcia usou vários artifícios, desde mimica até o tradutor on- line. “São aulas muito divertidas!”
Em média, entre seis ou sete alunos são assíduos outros vão e vem como ouvintes. Frantzia Beaucluche, de 37 anos, é a única mulher da turma. Como não gosta do próprio nome, adotou Sophie para chamar de seu. Mãe solteira, deixou no Haiti o único filho de 6 anos e vero tentar a vida em Morrinhos porque o primo, Berthony Rosemond, a estava na cidade Em seu pais natal trabalhava como professora e monitora aqui trabalha de pregada doméstica.
A Fasb e o GPS esperam expandir o projeto para atender ainda mais pessoas e continuar promovendo a inclusão e o aprendizado entre a comunidade haitiana e outros imigrantes no município.
Fonte: Opopular