A Polícia Civil continua procurando um pastor, de 42 anos, suspeito de sequestrar pessoas para serem levadas para uma clínica clandestina de dependentes químicos que fica em Abadia de Goiás, na região central de Goiás. Alécio Gomes Vieira Júnior teria participado de pelo menos quatro internações compulsórias. O estabelecimento, inclusive, foi alvo de uma operação da Polícia Civil, nesta terça-feira (01), que prendeu cinco pessoas.
A investigação começou quando um homem, de 34 anos, foi enforcado até a morte depois de reagir a uma tentativa de internação forçada no dia 2 de junho, em Posse, no nordeste goiano. Na ocasião, os homens se passaram por policiais e deixaram o corpo em um hospital de Simolândia com a justificativa que ele teria sofrido uma overdose. O pastor teria participado da ação.
Em junho, o pastor e um dos funcionários da casa de recuperação, Dennys Alves Queiroz, de 32 anos, foram presos em flagrante, em Morrinhos, suspeitos de sequestro. De acordo com a Polícia Civil, na ocasião, os dois estavam vindo de Uberlândia (MG). No carro, tinha uma mulher, de 41 anos, amarrada no banco de trás, que pediu socorro quando eles passaram por um pedágio em Itumbiara.
Eles foram abordados pela polícia e o pastor disse que estava a levando para uma clínica de recuperação em Abadia de Goiás a pedido do marido dela. A mulher confessou que era dependente química, mas disse que estava sendo levada contra a vontade. Tanto o pastor, quanto Dennys Alves foram soltos depois de pagar a fiança.
Outro caso parecido já tinha acontecido em fevereiro, em Aruanã, no noroeste goiano. Os suspeitos disseram que teriam cometido o crime a pedido do pastor. Na época, três homens foram presos em flagrante. Eles teriam se passado por policiais civis para tentar realizar a internação forçada de um guarda civil metropolitano. O sequestro também foi descoberto depois que a vítima pediu por socorro quando passavam por uma barreira policial.
De acordo com o delegado Humberto Soares, o pastor já possuía antecedentes criminais por sequestro, cárcere privado, furto qualificado e violência doméstica. Ele era enviado pelo dono da clínica para fazer os sequestros. O delegado ainda explicou, que durante a operação desta terça-feira, 38 pessoas foram resgatadas. O local que funcionava como clínica não possuía autorização para funcionar.
Além disso, os suspeitos usavam da fé para convencer os familiares dos internos de deixá-los na clínica. Apesar de realizar cultos no local, o delegado ressalta que o estabelecimento tinha apenas fins lucrativos. O delegado Humberto Soares acredita que outras pessoas possam estar envolvidas no crime. Com isso, as investigações continuam com o objetivo de identificá-las e encontrar mais vítimas.
Fonte: CBN