Irmãos Chiari: família unida faz sucesso na agricultura, pecuária e na indústria de alimentos

Irmãos Chiari: família unida faz sucesso na agricultura, pecuária e na indústria de alimentos

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Antes de chegar a Goiás como funcionário, em 1980, o agrônomo recém-formado Paulo César Chiari precisou superar uma infância difícil. Para se tornar o grande produtor rural que é hoje, suor e estudos se misturaram a anos de trabalho árduo.

“Eu nasci no interior de São Paulo, em São Carlos, e meu pai e a mãe criaram a gente em um sitiozinho de 7 alqueires, equivalente a 3 alqueires e meio do Goiás hoje. Meu pai tirava 70 litros de leite por dia quando estava no auge da produção, o que hoje dá um faturamento de R$140 por dia, bruto. Minha mãe era professora primária numa escola rural: montava no cavalo e ia lá dar aula”, diz, reforçando que os pais desejavam que os filhos tivessem boa escolaridade. “Eu fui o primeiro a sair de casa. Fui fazer uma faculdade sem ter dinheiro para o ônibus, sem ter dinheiro para república, sem ter dinheiro pra nada. Fui lá, fiz um crédito educativo e paguei em 48 meses depois de formado, com um carnezinho. Meu pai morreu vendo a gente tirar 16, 17 mil litros de leite por dia”.

E, para sermos precisos, a produtividade familiar vai bem além dos litros de leite. Na pecuária, são 2.500 cabeças de gado cuidados com o que há de melhor na tecnologia de melhoramento genético. Ao todo, são 4.200 hectares dedicados a cultivos distintos. “O nosso grupo trabalha com muitas culturas, acho que é o mais diversificado da região. Produzimos mais ou menos 90 mil toneladas de tomate, 220 mil sacas de soja e de 40 a 50 mil sacas de feijão por ano. Também produzimos muito milho, são 250 a 350 mil sacas por ano. Temos uma lavoura de abóbora cabotiá o ano inteiro, em que devemos fazer umas 3 mil toneladas de abóbora; uns 50 a 60 mil sacos de sorgo, umas mil toneladas de cebola, que vai para o CEASA, e uns 500 mil sacos de batata inglesa por ano”, enumera Paulo.

Em 2004, com a fundação da Dez Alimentos, a família passou a comandar uma cadeia produtiva completa, que leva alimentos processados ao consumidor final. “Atomatados, milho em conserva, ervilha, goiabada, mostarda, maionese, pimenta — esse é o tipo de produto da marca. 100% da matéria-prima que vai para a indústria, é o grupo agrícola que produz. Nós somos auto-suficientes em tomate, em milho doce, de goiaba, que vai se transformar em polpa, goiabada. Só não somos autossuficientes em ervilha, pois não compensa. Trazemos de fora”.

Para que tantas áreas distintas conversem e tenham bom fluxo entre si, a união é indispensável. Afinal, apesar dos números significativos, trata-se de um negócio familiar. “Eu acho que o grande segredo desse negócio é que a gente nasceu dentro dele, né? Eu vim pra Goiás em 1980 como um agrônomo recém-formado, e quando comecei a sair para a vida própria, levantar vôo, a atividade começou pequena. Foi crescendo, e você vai se acostumando com aquilo tudo. Não só eu como o resto do grupo, da família. Eu toquei essa operação sozinho de 1983/84 até os anos 2000. Eu, minha esposa e meus filhos. Não tinha parente, não tinha pai, não tinha avô, tio, não tinha ninguém”.

A partir dos anos 2000, os irmãos de Paulo, José Renato e Rogéria, somaram-se à tarefa de empreender em família. Hoje, os filhos e sobrinhos dos Irmãos Chiari se juntaram à labuta. “Os meus filhos, por terem idades muito próximas, eram terríveis. Para poder aliviar um pouco, eu levava eles comigo numa caminhonete para a fazenda, para as lavouras e eles foram criados assim. Quando chegou a hora de ir para a faculdade — minha esposa sempre foi extremamente dedicada a eles e à escolaridade — um foi fazer agronomia, um foi fazer veterinária e o outro foi fazer agronomia também. Quando você cresce dentro de um negócio, sem correria, fica tudo muito simples, muito natural. Hoje um filho cuida da indústria, um cuida mais da agrícola e o outro da pecuária e um pouco da agrícola. O meu irmão e o meu sobrinho estão na pecuária. Tudo muito natural, entendeu?”

Com a certeza de quem acredita que o agronegócio é o alicerce que sustenta o Brasil, Paulo continua trabalhando firme — mas sem pedir muito mais do que já alcançou. “Tenho muito orgulho, muito orgulho mesmo. É muito bom saber que você alimenta um tanto de gente nesse país. Nunca imaginei que chegaria onde cheguei, e por isso eu agradeço ao homem lá em cima toda hora. Foi um sonho. Muito difícil, porque concentrei a minha vida no trabalho, sem falsa modéstia. Mas eu gosto do que faço. E o que eu posso querer mais? Só quero ter tempo e saúde para manter a operação unida”.

•Nome: Paulo César Chiari

•Cidade e estado: Morrinhos, Goiás

•Com o que trabalha no agro? Pecuária, grãos, tomate e processo de alimentos

•Marca: Irmãos Chiari

•Produtividade: 220 mil sacas de soja, 250 mil de milho, 90 mil toneladas de tomate e 50 mil sacas de feijão por ano, entre outros. Também são 2.500 cabeças de gado e 18 mil litros de leite por dia.

Fonte: https://g1.globo.com/

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