Gêmeas Heloá e Valentina caminham para vida normal após separação

Gêmeas Heloá e Valentina caminham para vida normal após separação

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Prestes a completarem 4 anos, as gêmeas Heloá e Valentina não param. Como qualquer outra criança de sua idade, correm pela casa onde a família mora em Morrinhos, no Sul de Goiás, e fazem “muita arte”. Uma situação impensável até há bem pouco tempo. Nascidas siamesas, dividindo intestinos grosso e delgado, fígado e genitália, as irmãs foram separadas em janeiro deste ano durante uma cirurgia no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia, que durou 11 horas. Aos poucos, toda a família se ajusta à nova realidade.

Foi o mais complexo procedimento de separação de siameses já realizado pela equipe coordenada pelo cirurgião pediátrico, Zacharias Calil, entre os 22 executados pelos profissionais. O médico, também deputado federal pelo União B…

A separação exigiu atenção redobrada de Waldirene do Prado e Fernando Oliveira, os pais das gêmeas e também de Kayla, 7 anos. Quando descobriu o trabalho do médico goiano, a família deixou Guararema no interior de São Paulo e se fixou em Morrinhos. Foram oito meses de preparação até a cirurgia. Agora, o acompanhamento médico, que era semanal, está bem espaçado. Valentina começou a andar há pouco mais de dez dias e encontra na irmã Heloá, a mais aguerrida, a força que precisava para ficar independente.

Zacharias Calil comemora o progresso das meninas. Ele explica que é cedo para dizer o que ainda precisa ser feito, embora haja previsão de retirada de uma hérnia em Heloá, que cresceu na região do períneo, e um neoânus para que ela fique livre da bolsa de colostomia. “Crianças sempre apresentam grande poder de recuperação. Vamos esperar o desenvolvimento da musculatura para fazer uma análise mais detalhada.” Enquanto isso, Waldirene e Fernando se dedicam 24 horas por dia aos cuidados com as filhas. Em julho, aproveitando as férias de Kayla, eles foram a São Paulo para apresentar aos familiares o resultado da cirurgia. “Foi uma alegria!”, comenta a mãe.

A família vive numa casa simples num condomínio popular de Morrinhos, adquirida por meio de um financiamento. Embora um amigo de longa data e a prefeitura local mantenham uma ajuda financeira, as doações que amenizaram os gastos exigidos pelas meninas logo após a cirurgia praticamente desapareceram. Uma brasileira que vive na Inglaterra estava quitando as prestações do imóvel, mas segundo Waldirene, ela já anunciou que irá transferir a ajuda para outra família. “Eu coloquei nas mãos de Deus.” Para Fernando, o momento é de gratidão. “Não podemos nunca reclamar, sempre agradecer.”

Heloá e Valentina, por não contarem com a bacia completa, andam com uma abertura de 180 graus. Fernando acredita que essa é uma situação provisória. “Heloa, que começou a caminhar primeiro, está juntando as perninhas”, diz. As restrições alimentares ficaram no passado, um bom prenúncio para o próximo ano. Como no dia 3 de outubro as meninas vão completar 4 anos, os pais já sonham com o início da vida escolar para ambas já em 2024. “Estamos vendo essa possibilidade, mas elas vão precisar de acompanhamento”, explica.

Bolsas de colostomia e fraldas Bigfral Juvenil ou P são itens que têm pesado muito no orçamento familiar. Esse tipo de fralda é o único que não provoca alergia nas meninas. Doações podem ser feitas pelo PIX 376 193 828-44 ou pelos telefones (64) 98162-8692 e (11) 97765-4770.

Fonte: O popular

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