Com quadro estável, siamesas separadas estão reagindo bem, afirma Calil

Com quadro estável, siamesas separadas estão reagindo bem, afirma Calil

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As gêmeas siamesas Heloá e Valentina começaram a receber alimentação intravenosa. O cirurgião disse ainda que o pós-operatório é delicado, mas segue dentro do esperado. O objetivo é fortalecer o organismo das meninas para que a dupla possa ser operada novamente daqui a três semanas.

Nesta segunda cirurgia será feito o procedimento de aproximação da pele e enxerto. “O objetivo é viabilizar o fechamento da região abdominal para dar sequência ao tratamento”, pontuou Calil, um pouco antes de entrar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia, onde as irmãs seguem internadas. 

Ainda segundo Zacharias , a equipe médica mantém as irmãs respirando por aparelhos  como forma de preservar a estrutura abdominal por que as crianças não têm a musculatura do abdômen. “Elas precisam de um repouso no organismo para estabilizar cada vez mais, porque a cirurgia de separação provoca um desequilíbrio total do organismo das duas”, comentou. O médico ressalta também que elas precisarão continuar em observação na UTI por mais vários dias. 

Heloá melhor

Calil disse que a gêmea de menor estatura apresenta até o momento um melhor estado de recuperação e que em casos de siameses a criança menor mantém o funcionamento do organismo da irmã maior. 

“A irmã maior funciona como se fosse um gêmeo parasita roubando nutrientes da outra. E a irmã menor muitas vezes se alimenta muito mais que a maior, mesmo assim a maior pega os nutrientes dela e por isso a Heloá está melhor clinicamente que a Valentina”, explicou. 


Cirurgia

A cirurgia de separação das gêmeas siamesas Valentina e Heloá aconteceu no dia 11 de janeiro e foi a 22ª realizada pela equipe multidisciplinar coordenada pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, em Goiânia. O caso foi considerado um dos mais complexos já acompanhados pelo médico Zacharias Calil e envolveu a participação de mais de 50 profissionais de diversas especialidades e durou cerca de 15 horas. 

As irmãs eram unidas pelo tórax, abdômen, bacia, fígado, intestinos delgado e grosso, e genitália e foram dois anos de acompanhamento médico antes da separação. Naturais de Guararema, no interior do estado de São Paulo, Valentina e Heloá estão morando em Goiás, na cidade de Morrinhos, desde o início do tratamento. Elas são gêmeas chamadas isquiópagas, ou seja, eram siamesas unidas pela bacia.

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