Goiana de Morrinhos, filha de José Carneiro Filho e Etelvina de Sousa Carneiro, e viúva do agropecuarista e titular do Cartório do 1º Ofício de Notas e Registro de Imóveis de Morrinhos por quase 70 anos, Cristóvão do Vale, a artista Ellen Carneiro Vale, 92 anos, faleceu nesta quinta-feira (18/7), em sua cidade natal, onde, às 19h, será o sepultamento de seu corpo no cemitério local.
Ela tomou posse na Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás (Aflag) em 9 de novembro de 1971, ocupando a Cadeira nº 9, que tem como patrona Dinorah Pacca, e ocupa na Academia Morrinhense de Letras a Cadeira nº 6, sendo sua patrona Maria Amabini de Moraes, grande benemérita de Morrinhos e que foi esposa do senador da República, Hermenegildo de Moraes.
“Uma grande perda para a literatura e as artes plásticas em Goiás. Sentiremos sua falta em nossos corações e em nossa Aflag”, afirmou a presidente da Academia, Elizabeth Caldeira.
Trajetória
Artista plástica e poetisa, Ellen começou sua carreira com o apoio das professoras Zilda Diniz Fontes e Nilza Diniz Silva, que criaram em 1964 a I Festa de Artes de Morrinhos, abrindo as portas para os artistas morrinhenses e lhe oportunizando mostrar seus trabalhos. No ano seguinte ela se aproximou da escultora Maria Guilhermina, que fundou a Galeria Azul, em Goiânia, quando fez as primeiras exposições, em 1965, e seguiram até a eleição para a vaga na AFLAG. “Amizade que rendeu bons frutos ao longo dos anos, nos eventos culturais em todos os campos das artes no estado de Goiás”, como recorda a filha Tânia Maria. A partir desse ano ela expõe suas telas surrealistas, que têm recebido numerosos prêmios e elogiosas críticas em Brasília, Goiânia e nos Estados Unidos. Colaborou e participou com suas telas em todas as festas de arte de Morrinhos. Possui prêmios recebidos por telas e esculturas expostas.
Na literatura tem publicado belíssimos poemas em jornais e revistas de Morrinhos, Goiânia e Brasília. Durante muitos anos recebia em sua residência, em Morrinhos, aos finais de semana, a nata intelectual goiana para almoços com muita declamação de poesias e cantorias. Era comum encontrar em sua casa o poeta Gabriel Nascente, o escritor e cronista Brasigóis Felício, e o poeta, contista, romancista e imortal da Academia Brasileira de Letras, Bernardo Élis.
Ellen colaborou com trabalhos nas áreas de pintura e literatura (poesias) em todas as revistas da entidade. É membro da Seção de Goiás da União Brasileira de Escritores e sócia correspondente a Academia de Letras e Artes de Caldas Novas
Fonte: a redação