O Secretário de Administração da Prefeitura de Morrinhos, Elvio Rezende, abalou as estruturas políticas locais ao expor sérias acusações de irregularidades durante a gestão anterior. Em uma reveladora conversa de um grupo de WhatsApp, Resende apontou diversas falhas, incluindo supostos casos de propina para liberação de financiamentos e loteamentos na cidade.
Rezende ressaltou que os loteamentos Olinto Cândido e José Jesuíno foram autorizados de forma irregular, enquanto o Loteamento Mirante do Bosque foi implantado em um local destinado a ser área verde. Além disso, apontou para o setor Valéria Reis, cuja malha asfáltica está completamente deteriorada, afirmando que o loteamento foi autorizado na gestão anterior. Segundo Elvio, este setor arrecadou 12 mil reais de IPTU durante o ano de 2023, e para restaurar o asfalto, o custo será de mais de dois milhões de reais, resultando em prejuízo aos cofres públicos.
De maneira incisiva, o secretário desafiou as autoridades responsáveis e a imprensa a investigarem as ações da gestão anterior, questionando a coragem do Presidente da Câmara em se posicionar sobre o assunto. Elvio lançou desafios diretos, solicitando uma averiguação das ações do Ministério Público contra a gestão passada pelas liberações inadequadas.
Nossa reportagem entrou em contato com o ex-prefeito Rogério Troncoso para questioná-lo sobre as sérias acusações de irregularidades na liberação de loteamentos feitas por Elvio. Rogério nos retornou e apresentou a sua versão sobre os fatos.
Sobre o setor Olinto Cândido, o ex-prefeito afirmou que o decreto de autorização do loteamento foi feito na gestão do ex-prefeito Cleumar Gomes. Quando assumiu o mandato em 2013, ele realizou um TAC administrativo (Termo de Ajuste e Conduta) com o loteador para a reconstrução de algumas ruas do setor.
A respeito do loteamento Colibri, localizado entre os setores Valeria Reis e Arca de Noé, Troncoso afirmou que esse setor não foi autorizado durante sua gestão, pois ainda havia algumas pendências. Até o momento, esse loteamento não recebeu autorização para sua comercialização.
Questionado sobre a implantação do setor José Jesuíno, Rogério disse que o loteamento foi implantado pela prefeitura e entregue com toda a infraestrutura, não havendo nenhuma irregularidade.
Sobre a acusação de que o setor Mirante do Bosque foi feito em uma área verde, Rogério desconhece, pois para a implantação de um loteamento, são necessárias licenças ambientais que, na época, eram de responsabilidade da secretaria do meio ambiente estadual.
Já sobre o setor Valéria Reis, o ex-prefeito informou que o loteamento foi autorizado porque cumpriu todas as exigências estabelecidas em lei. Ele afirmou que a vistoria realizada na época não apontou irregularidades na infraestrutura e que os problemas enfrentados no setor hoje são devidos ao fato de que o asfalto foi construído há mais de seis anos, sendo necessárias manutenções preventivas e corretivas para a preservação do pavimento.
Sobre as supostas propinas ditas por Elvio, Rogério disse que são acusações sem provas e que pretende interpelar o secretário Elvio Rezende na justiça pelas acusações.