Na última semana, o clima na Câmara Municipal de Morrinhos ficou conturbado durante o período de sessões ordinárias. Cinco vereadores acusam o presidente da Câmara, Wellington Dias, de aplicar um golpe ao incluir, sem informar o conteúdo, um requerimento que solicita a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na Secretaria Municipal de Saúde.
A polêmica teve início na noite da última quinta-feira (09), quando, ao final da antepenúltima sessão ordinária, o presidente submeteu à votação um pedido para antecipar a sessão programada para terça-feira (21). Todos os vereadores presentes aprovaram, e a sessão teve início; no entanto, alguns vereadores não foram informados de que o presidente havia incluído o requerimento da CPI, omitindo seu teor.
O requerimento foi colocado em votação e aprovado junto a outros, sem a leitura do seu conteúdo, sendo apenas anunciado o número pelo secretário da mesa diretora, e foi aprovado por unanimidade. Ainda na noite de quinta-feira (9), os vereadores Cristiano Cardoso, Sirlene Estevão, Leandro Ventura, Manoel Branco e Anselmo Golinsky tomaram conhecimento da manobra e manifestaram-se contra, acusando Wellington Dias de má fé no uso de seu cargo.
Nesta sexta-feira (10), os vereadores emitiram uma nota esclarecendo que não deliberaram sobre nenhuma versão do texto ou minuta do referido requerimento. Segundo os vereadores, a informação divulgada pela assessoria de comunicação da Câmara, sobre possível votação com maioria absoluta para instauração da CPI, não reflete a posição dos vereadores que assinaram a nota.
De acordo com os parlamentares, o requerimento é inválido, pois não houve a apresentação de um assunto determinado a ser investigado, e não ocorreu a formação imediata dos membros da comissão, conforme determina o artigo 58 do Regimento Interno da casa de leis.
Os vereadores desaprovaram a conduta do presidente Wellington Dias, ao agir sem transparência e conduzir a votação sem a devida informação, levantando sérias questões sobre a ética no exercício do cargo, minando a confiança no processo legislativo e prejudicando a integridade das decisões tomadas.
A última sessão, marcada para o dia 22 deste mês, promete ser intensa, com discursos acalorados dos vereadores que se sentiram enganados devido à manipulação de procedimentos legislativos por parte do presidente.
Fonte: Vereadores